É preocupante o estado de coisas a que se chegou em Portugal. A recente entrevista de Rui Moreira à RR e à RTP veio, de novo, aclarar uma situação que, não sendo original, nem exclusiva deste governo, demonstra o porquê dos atrasos estratégicos a que vimos sendo vetados de há muitos anos a esta parte.
A claustrofobia democrática assiste a desenvolvimentos dramáticos, mas o que mais me preocupa não é esta (horripilante) atitude sem vergonha do governo português, é antes ser obrigado a dar razão a vozes como a de Vasco Pulido Valente, quando denuncia a precariedade do tecido empresarial em assumir uma independência de acção face ao poder central. O que me espanta é confirmar esta pequenez do tecido empresarial, dependente endemicamente do Estado e das suas obras, com medo de enfrentá-lo sob pena de ser prejudicado no futuro. Desculpem-me a franqueza, mas uma tal situação só encontra paralelismo em países onde funcionem regras e organizações paralelas às do Estado de direito, vulgo máfias e/ou mercenários.
É verdadeiramente triste descobrir que o 25 de Abril, tantas vezes convocado, tenha tido efeitos meramente folclóricos e que, no mais profundo âmago do portuguesismo, se perpetue o sistema de valores herdado do Estado Novo.
É o chamado "reality check", no seu mais profundo significado.
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Papão
Posted by João Marques at 01:40
Labels: 25 de Abril às vezes
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1 comentário:
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