quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

"Príncipe"



4 da tarde, 11 de Fevereiro de 2006, no Café junto ao Palazzo Dei Musei, em Modena. Corriere della Sera nas mãos, tentando praticar o dialecto local e salvá-lo da empedernida pronúncia portuguesa. Na mesa uma chávena com chocolate quente, panna (natas) e uma espécie de smarties como corolário ilógico daquele batido irracional e insensato de calorias.

De repente lembro-me de uma tarefa inadiável e saio disparado. Ao passar defronte à loja dos 300s local algo me chama a atenção e crava os meus sentidos. Volto atrás. É verdade, é mesmo verdade. Lá estão elas, ali, aristocráticas, impondo-se sobre tudo e todo o resto. Na loja há plásticos, geringonças várias, sumos e brinquedos. Mas elas não são como essa rés, a ralé do comércio mundial. Elas elevam-se e reclamam-me. Elas são as bolachas "Príncipe" da empresa Vieira de Castro.

O orgulho de Portugal ali prostrado no meio da plebe, da ralé dos produtos prêt-à-porter.

Foi um choque, um desânimo, mas, ao mesmo tempo, uma alegria encontrar ali um bocadinho de Portugal, nem que fosse na lojinha dos trezentos.
Voltei para casa depressa e mostrei-as e dei-as a provar a todos, estrangeiros e portugueses num exemplo de alma saloia como não há outro.

Enfim feliz.

1 comentário:

Anónimo disse...

em modena é fácil ser feliz :)

qto às vieira de castro, as amêndoas tradicionais com açucar falam por si!